terça-feira, 31 de agosto de 2010

As Regras de Moscovo

Não olhes para trás. Nunca estás completamente sozinho.
A expressão serve de mote num jogo de espionagem. E nesse jogo, joga-se segundo as Regras de Moscovo. Daniel Silva brinda-nos com um romance irresistível em torno do império de uma nova geração estalinista erigido sob o negócio de armas e das suas perigosas ligações a forças extremistas islâmicas através da venda de armamento. KGB e Al-Qaeda, a conspiração, o terrorismo, um reacender de uma Guerra Fria que desafia o poderio mundial dos EUA. Um povo acorrentado a um passado não muito longínquo. Uma política cinzenta mascarada de democracia e uma denúncia abafada dos media. Não conseguimos viver como um povo normal. E nunca o vamos conseguir.

Dados lançados, os nossos olhos perseguem os passos calculados de Gabriel Allon numa história verdadeiramente intensa onde a personagem de eleição, um marco decisivo dos serviços secretos israelitas, procura combater as investidas do Leste Europeu e as terríveis consequências que poderiam despoletar.

Definitivamente, um dos livros mais interessantes que li até ao momento. Daniel Silva, antigo jornalista e actualmente considerado como um dos melhores escritores norte-americanos da sua geração em literatura de espionagem. Uma boa referência.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Emprego Procura-se

Jovem de 23 anos, licenciada em Ciências da Comunicação, procura emprego na área do Jornalismo, Marketing ou alguma coisa interessante onde possa ser verdadeiramente útil. O que é que a entidade empregadora ganhará com este novo membro na sua empresa? Isso é algo que vai gostar de descobrir.


Num pequeno resumo do meu ser, sou bastante bem-disposta para uma pessoa introvertida, inacreditavelmente comunicativa para uma pessoa reservada e com um sentido de vida curiosamente interessante para alguém como eu. Vou à bola com a matéria desportiva, mas não dispenso temáticas de outras áreas da actualidade que se me afigurem interessantes, porque na verdade o que gosto mesmo é de escrever e trabalhar.


Serei a pessoa mais indicada para ocupar uma função na sua empresa? Acredito piamente que sim, embora considere que o advérbio utilizado já tenha caído em desuso. E certamente que quando enviar o meu curriculum para a sua empresa, procurarei uma abordagem em moldes mais formais. Só para prevenir.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Férias que já lá vão

O calor que tem escalado os termómetros de forma galopante nos últimos dias foi o ponto de partida de mais umas férias (bem) passadas em território algarvio. Da capital de distrito a Tavira, de Vilamoura ao Carvoeiro, vários foram os destinos que contaram com a nossa presença, desde a estadia mais arrojada ao poiso mais irreverente. Os sorrisos e as gargalhadas, imperativos em cada passagem, abrilhantaram os mais diversos cenários numa tela que espero continuar a pintar com vocês vezes sem conta.

Primeiro destino: Ilha de Tavira. Poderia falar da beleza natural deste pedaço de terra propício aos banhos agitados que o levante trouxe enquanto lá estivemos. Ou então, numa visão não tão romântica, poderia falar das colecções de picadas a que fomos sujeitos por parte das melgas que não nos davam descanso desde o entardecer até horas tantas, do calor que vivemos na tenda quando os raios de sol da manhã começavam a espreitar ou do simples facto de a noite lá ter morrido mesmo antes de começar, tal era o vazio de gente. Com o tédio a resvalar para o insuportável, a mudança afigurava-se como certa. E não fizemos por menos.

Segundo destino: Vilamoura. Ou 8 ou 80. Resolvemos então fazer um upgrade e instalarmo-nos num aldeamento turístico em Vilamoura. Mais do que trocar a praia pela piscina, a água fria por banhos quentes, um rude oleado por uma cama confortável, a deserta noite da praia pelos bares e discos agitados da marina: substituímos as conservas pelo marisco. E a isso resolvemos chamar "viver". Os gestos únicos, as fotografias para a posteridade, os tempos mortos evitados com repetidas conversas de escárnio e maldizer privadas... Enfim, todos os condimentos necessários estavam reunidos para fazer destes momentos algo inesquecível.

Terceiro destino: Faro. Com a despedida das meninas, a última semana no Algarve foi passada em casa da mãe. Foi a vez da Festa da Ria Formosa, da Feira do Livro, dos fins de tarde passados na praia até o sol se pôr, do serão de jogos em casa dos amigos, das tostas descomunais à entrada da praia e do restaurante do peixe assado serem palco dos momentos lá passados. Um salto ao Algar Seco para um gelado e um banho de praia refrescaram a passagem e ainda deu tempo para um dia de parque aquático.

Mas com a nova casa em Lisboa cansada de esperar, o regresso já estava mais que anunciado. Com o carro atolado, fizemos-nos à estrada como quem vai para a terra (e ia na realidade, pois foi esta cidade de colinas que me viu nascer), deixando para trás os pensamentos mais veraneantes. Só o calor é que continua a acompanhar-me, agora num caminho bem diferente, o que já o vai tornando intolerável. E falando nesse caminho diferente, está na hora de regressar ao trabalho. Porque não é a escrever que ganho a vida. Mas há-de ser um dia.

Resta-me, em jeito de conclusão, e perdoe-me o sr. Ministro da Economia, concordar com o nosso Presidente da República a respeito das férias cá dentro. Foram umas boas férias. Pode ser que para o ano eu lhe dê razão a si. Meninas, Jamaica ainda está de pé?