O calor que tem escalado os termómetros de forma galopante nos últimos dias foi o ponto de partida de mais umas férias (bem) passadas em território algarvio. Da capital de distrito a Tavira, de Vilamoura ao Carvoeiro, vários foram os destinos que contaram com a nossa presença, desde a estadia mais arrojada ao poiso mais irreverente. Os sorrisos e as gargalhadas, imperativos em cada passagem, abrilhantaram os mais diversos cenários numa tela que espero continuar a pintar com vocês vezes sem conta.
Primeiro destino: Ilha de Tavira. Poderia falar da beleza natural deste pedaço de terra propício aos banhos agitados que o levante trouxe enquanto lá estivemos. Ou então, numa visão não tão romântica, poderia falar das colecções de picadas a que fomos sujeitos por parte das melgas que não nos davam descanso desde o entardecer até horas tantas, do calor que vivemos na tenda quando os raios de sol da manhã começavam a espreitar ou do simples facto de a noite lá ter morrido mesmo antes de começar, tal era o vazio de gente. Com o tédio a resvalar para o insuportável, a mudança afigurava-se como certa. E não fizemos por menos.
Segundo destino: Vilamoura. Ou 8 ou 80. Resolvemos então fazer um upgrade e instalarmo-nos num aldeamento turístico em Vilamoura. Mais do que trocar a praia pela piscina, a água fria por banhos quentes, um rude oleado por uma cama confortável, a deserta noite da praia pelos bares e discos agitados da marina: substituímos as conservas pelo marisco. E a isso resolvemos chamar "viver". Os gestos únicos, as fotografias para a posteridade, os tempos mortos evitados com repetidas conversas de escárnio e maldizer privadas... Enfim, todos os condimentos necessários estavam reunidos para fazer destes momentos algo inesquecível.
Terceiro destino: Faro. Com a despedida das meninas, a última semana no Algarve foi passada em casa da mãe. Foi a vez da Festa da Ria Formosa, da Feira do Livro, dos fins de tarde passados na praia até o sol se pôr, do serão de jogos em casa dos amigos, das tostas descomunais à entrada da praia e do restaurante do peixe assado serem palco dos momentos lá passados. Um salto ao Algar Seco para um gelado e um banho de praia refrescaram a passagem e ainda deu tempo para um dia de parque aquático.
Mas com a nova casa em Lisboa cansada de esperar, o regresso já estava mais que anunciado. Com o carro atolado, fizemos-nos à estrada como quem vai para a terra (e ia na realidade, pois foi esta cidade de colinas que me viu nascer), deixando para trás os pensamentos mais veraneantes. Só o calor é que continua a acompanhar-me, agora num caminho bem diferente, o que já o vai tornando intolerável. E falando nesse caminho diferente, está na hora de regressar ao trabalho. Porque não é a escrever que ganho a vida. Mas há-de ser um dia.
Resta-me, em jeito de conclusão, e perdoe-me o sr. Ministro da Economia, concordar com o nosso Presidente da República a respeito das férias cá dentro. Foram umas boas férias. Pode ser que para o ano eu lhe dê razão a si. Meninas, Jamaica ainda está de pé?
Ainda está de pé, pois!
ResponderEliminare sim, há-de ser um dia. :)